Ao
nos encontrarmos apaixonados, não podemos dizer se amamos o que acabamos de
conhecer, ou se a medida em que vamos conhecendo passamos a amar. Estamos sim,
imersos no mistério do amor. O amor é magia.
Amar é um processo de autoconhecimento que passa pelo outro. É
através do amor que chegamos a nós mesmos. E precisamos da verdade de quem
somos como do ar que respiramos . Por isso, viver sem se conhecer seria ter vivido sem amar.
Mas como podemos atingir a compreensão necessária do amor de maneira
menos conflituosa possível?
Seria nos adaptarmos um ao outro?
Seria tentar mudar no outro aquilo que nos desagrada?
E seria mesmo possível transformar o outro naquilo que gosto?
Isto não seria torna-lo aquilo que sou? E se conseguíssemos não estaríamos assim nos relacionando apenas com
nós mesmos? Um tanto solitário, não?
Apesar da dificuldade, o caminho mais indicado parece estar na
aceitação do modo de ser do outro, mas não como comodismo ou submissão e sim
com consciência das diferenças e assim, a partir delas, crescer como indivíduo
e como casal.
Como ja disse um filosofo “o que é o amor senão compreender que o
outro pensa, sente e age diferente de nós e ainda alegrar-se com isso?”
O amor nos transporta para além de nós mesmos e em direção ao outro.
É a revelação de seu verdadeiro ser que permite a união. Um
verdadeiro casamento existe onde predomina o amor e não o poder. Não está em
nosso poder mudar o outro a meu capricho e necessidade, mas antes permitir que a espontaneidade aja a
favor da relação.
A única forma de amar autenticamente é aceitar a maneira de ser do
outro, pois é nessa liberdade que a confiança se enraíza e, nela reside a
confirmação do amor.
É o outro que nos possibilita a expressão do amor, devemos então
sermos gratos por esse encontro e fazermos dessa ocasião um portal a serviço do
puro amor.
(C. O. R)
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